sexta-feira, 14 de março de 2014

Ministro critica 'terrorismo' no setor de energia e diz que sistema é 'sólido'


O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou nesta sexta-feira (14) que o governo está acostumado a viver "uma espécie de terrorismo que se faz em cima da questão de que vai faltar energia". Carvalho deu a declaração ao ser indagado por jornalistas sobre se o ponto fraco do governo era o abastecimento energético.
No Sudeste e Centro-Oeste, onde estão as represas responsáveis por cerca de 70% da
capacidade de geração de energia no Brasil, o armazenamento de água é o mais baixo desde 2001, ano em que foi decretado racionamento. Essa situação é provocada pela falta de chuvas – em fevereiro, a quantidade de água que chegou aos reservatórios daquelas regiões foi a menor em 84 anos.
Carvalho admitiu que, neste ano, "as condições climáticas assustaram mais", mas, segundo ele o governo vem tomando as medidas para garantir o abastecimento "sem solavancos".
"A gente está acostumado a viver com uma espécie de terrorismo que se faz em cima da questão de que vai faltar energia, de que vai ter problema [...] A realidade combate o terrorismo. A realidade vai mostrando que o sistema elétrico é muito mais sólido, ainda que se precise fazer mais uso de termas etc. Você consegue suprir o país naquilo que ele precisa em termos de energia, sem os solavancos, sem algumas profecias do terrível que algumas pessoas teimam em realizar todo início de ano”, disse.
“É sempre assim... Problemas nos reservatórios, já se começa a fazer terrorismo”, continuou Carvalho.  “Claro, temos de cuidar da manutenção, da distribuição. Tivemos neste ano de recorrer mais às térmicas, mas o sistema continua funcionando e vai continuar funcionando, porque é um governo responsável”, disse.
O ministro conclui afirmando que aqueles que "previram o caos" no setor energético vão "quebrar a cara".
"Eu tenho certeza de que aqueles que previram o caos vão quebrar a cara mais uma vez. Parece que não aprendem."
Socorro para distribuidoras de energia
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (13) novas medidas para socorrer as distribuidoras de energia e reduzir o impacto na conta de luz pelo uso das usinas termelétricas, cuja produção é mais cara.

Para bancar esse custo, haverá um novo aporte do Tesouro, no valor de R$ 4 bilhões, e será permitido que as distribuidoras emprestem R$ 8 bilhões no mercado. Além disso, será realizado um novo leilão de energia no mês que vem.
O montante de R$ 12 bilhões anunciado nesta quinta será rateado entre o governo, consumidores e agentes do setor. Mas a parte da fatura que deverá ser repassada à conta de luz, estimada atualmente em R$ 8 bilhões, só será cobrada a partir de 2015, informou o Ministério de Minas e Energia.
Isso porque a definição da tarifa é feita uma vez ao ano e só no final de 2014 será realizada uma avaliação do quanto será necessário aumentar na conta para suprir o rombo do setor.
Energia mais cara
As termelétricas foram acionadas para complementar o fornecimento das hidrelétricas, que enfrentam nível baixo pela falta de chuva neste ano. Porém, o custo da produção dessas usinas– que geram energia por meio da queima de combustíveis como óleo, gás, carvão e biomassa - é mais alto.

Apesar de ainda não haver uma definição do quanto será gasto com o uso delas neste ano, a expectativa é de que essa fatura supere a do ano passado, que foi de cerca de R$ 9,5 bilhões. Ela foi bancada integralmente pelo Tesouro, que decidiu repassá-la totalmente aos consumidores, num prazo de cinco anos.
Juliana BragaDo G1, em Brasília

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