sábado, 1 de março de 2014

Após relatório sobre fuga, estado pede regime diferenciado a Marcola

Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o chefe da facção criminosa que age de dentro dos presídios paulistas (Foto: Arquivo/G1)

O governo de São Paulo solicitou ao Juízo das Execuções, nesta sexta-feira (28), que Marco Willians Camacho, o Marcola, apontado como chefe de uma facção criminosa comandada de dentro dos presídios de São Paulo, seja internado em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). O pedido ocorre após um relatório elaborado pelo Ministério Público e pelas secretarias de Administração Penitenciária e da Segurança Pública revelar que integrantes do
grupo preparavam um plano de resgate dos chefes, incluindo o uso de avião e helicóptero.
"Eu e o secretário da Administração Penitenciária fizemos um pedido ao Juízo das Execuções, em face desse fato que se tornou público, para que examine a submissão do Marcola e mais do Barbará [Cláudio Barbará da Silva] para o Regime Disciplinar Diferenciado. Entendemos que é uma medida que está prevista na Lei e, por isso, provocamos a manifestação do juiz e vamos aguardar a decisão", explicou o titular da pasta de segurança do estado, Fernando Grella Vieira. Ele esteve em Campinas (SP) com o governador, no período da tarde, para a inauguração da 2ª delegacia seccional da cidade.

Marcola, Barbará, Luiz Eduardo de Barros, o Du Bela Vista, e Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, alvos do plano de fuga, estão em celas localizadas em mesmo prédio da penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

Monitoramento
O secretário revelou que o plano era cogitado pelo grupo há três anos, ficou parado, e voltou à tona nos últimos meses. Segundo ele, as ações eram acompanhadas pelas policiais civil e militar. "Infelizmente o documento vazou, mas nós estávamos prontos para interceptar esse plano", afirmou Vieira. Ele frisou que não acredita na hipótese de rebelião, por causa das possíveis transferências, e reiterou que o estado acompanha a situação "com muita cautela".

Apurações
O plano, segundo o relatório, que foi entregue ao comando da Polícia Militar, vinha sendo arquitetado há pelo menos oito meses. E há pelo menos 20 dias, os criminosos estariam serrando as grades das janelas das celas, segundo o documento, colocando de volta, em seguida, e pintando para parecer que nada tinha sido mexido.

Ainda segundo o relatório, dessa forma, o grupo deixaria as celas com o objetivo de chegar a uma área do presídio sem cobertura de cabos de aço, onde seriam içados por um helicóptero, com adesivos característicos dos usados nos helicópteros da Polícia Militar. E uma segunda aeronave com armamento pesado seria usada para dar cobertura.
De acordo com o documento, integrantes da facção chegaram a ter aulas de pilotagem de helicóptero na escola de aviação localizada no Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo. O instrutor, segundo o relatório, seria um dos homens presos com cocaína no helicóptero do deputado estadual por Minas Gerais Gustavo Henrique Perrella (SDD), na cidade de Afonso Cláudio, no Espírito Santo, em novembro do ano passado.
O destino do bando seria Loanda, no Paraná, a cerca de 240 quilômetros de Presidente Venceslau. Nesta cidade paranaense, segundo a polícia, o grupo teria alugado uma chácara e um outro avião, este vindo do Paraguai, estaria à espera deles para completar a fuga.
O plano previsto para ser executado entre os dias 20 e 23 de fevereiro foi frustrado. Imagens obtidas pelo Bom Dia Brasil mostram policiais reforçando a segurança dentro e fora da penitenciária. Nos campos ao redor da penitenciária ficaram atiradores de elite e policiais camuflados com armas capazes de derrubar um helicóptero.

Do G1 Campinas e Região*

* Com informações do G1 São Paulo.

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