quarta-feira, 27 de março de 2013

Empresas de Eike somam prejuízo de R$ 3,6 bi em 2012


Mais duas empresas do grupo EBX, do empresário Eike Batista, OGX (petróleo e gás) e LLX (logística), tiveram perdas em 2012, dando continuidade a uma série de más notícias para o bilionário.
A OGX registrou prejuízo de R$ 1,2 bilhão em 2012, mais que o dobro da perda de R$ 509,9 milhões um ano antes.
Já a LLX teve queda no prejuízo ante 2011, de 30%, para R$ 36,6 milhões.
As perdas somam-se aos prejuízos já divulgados por outras empresas grupo
negociadas em Bolsa: MMX (mineração, R$ 792 milhões); MPX (energia, R$ 435,2 milhões); CCX (carvão, R$ 54,7 milhões), e OSX (estaleiros, R$ 32,7 milhões).
O prejuízo das empresas do grupo EBX em 2012 negociadas em Bolsa, seis ao todo, totaliza R$ 3,6 bilhões.
Ao contrário da OGX, a LLX ainda não tem receita. A empresa é responsável pela construção do porto do Açu, em São João da Barra (RJ).
Os prejuízos já eram esperados pelo mercado. De acordo com Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), hoje será mais um dia negativo para o empresário na Bolsa.
"É uma sequência de notícias ruins, ele não consegue entregar o que prometeu e o mercado pune", avalia.
A LLX pretende investir R$ 1,2 bilhão este ano no Porto do Açu, contra R$ 747 milhões em 2011. Para 2014, último ano da construção, a previsão é de investimentos da ordem de R$ 247 milhões. O endividamento líquido da companhia passou de R$ 511,7 milhões em 2011 para R$1,12 bilhão em 2012, um crescimento que preocupa investidores.
"Apesar da fase pré-operacional, o ano de 2012 apresentou uma receita líquida de R$ 68,7 milhões, mais de quatro vezes superior ao ano anterior", informou a LLX em nota.
PRODUÇÃO MENOR
Já em fase de produção, a OGX reconheceu no balanço divulgado ontem que os dois primeiros poços produtores no campo de Tubarão Azul, na bacia de Campos, ficaram abaixo das expectativas, motivo que levou o mercado a punir fortemente as ações da companhia no ano passado. Em 2012 a OGX caiu 81,5% na Bovespa.

A produção, segundo a OGX, estabilizou-se em 5.000 barris de óleo equivalente por dia, ante os 15 mil anunciados anteriormente.
No início desse ano, os poços estão produzindo cerca de 10 mil barris por dia. O terceiro poço já foi conectado mas ainda não teve a sua produção estabilizada, informou a companhia. A empresa planeja investir US$ 1,3 bilhão em 2013.
"A OGX vem apresentando uma produção muito fraca, média muito abaixo das primeiras estimativas da empresa. Esse movimento vem sendo precificado no resultado das ações nos últimos anos", avalia o estrategista da Futura Corretora, Luis Gustavo Pereira.
Ele explica que os resultados negativos da OGX já têm sido precificados pelo mercado, com a queda das ações. No ano passado, os papéis da OGX retraíram 81,5% na Bovespa e da LLX, 28%.
O analista disse que o mercado ficará atento ao nível de produção e à geração de caixa. "A empresa tem queimado o seu caixa. Há uma forte preocupação."
O caixa da companhia encerrou o ano em aproximadamente R$ 3,4 bilhões, R$ 2 bilhões a menos do que há um ano, apesar de ter aumentado em R$ 3,3 bilhões o saldo de empréstimos e financiamentos entre 31 de dezembro de 2011 e 31 de dezembro de 2012.
A OGX justificou a queda do caixa pelos investimentos realizados (R$ 4,3 bilhões) e a aquisição da participação da Petrobras no bloco BS-4, por US$ 270 milhões (R$ 575 milhões).
A empresa vendeu 2,4 milhões de barris de petróleo em 2012, distribuídos em quatro cargas. A receita obtida com a venda foi de R$ 499 milhões. Em contrapartida, teve perdas de R$ 691 com a contabilização de poços secos (perfurados que não encontraram óleo).

DENISE LUNA
MARIANA SALLOWICZ
DO RIO / folha


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