Especialistas em materiais químicos e radioativos da polícia britânica examinaram neste domingo (24) a casa do russo Boris Berezovsky, encontrado morto no sábado (23) em sua residência na cidade de Ascot, nos arredores de Londres.
Segundo a polícia do Vale do Tâmisa, jurisdição da qual pertence Ascot, o corpo do
empresário permanece na casa, que foi isolada enquanto se realizam os exames.
Berezovsky, forte crítico do presidente russo Vladimir Putin, foi encontrado morto ontem em sua casa, mas, por enquanto, ainda não se sabem as causas de seu falecimento.
De acordo com a polícia, especialistas em materiais químicos, biológicos e nucleares examinaram a casa como medida de precaução.
"Sabemos que o cordão policial incomoda os residentes locais e lamentamos qualquer inconveniente, mas é importante que tomemos todas as medidas necessárias para garantir uma investigação completa e exaustiva", afirmou o superintendente das forças de ordem do Tâmisa, Stuart Greenfield.
"A casa é parte de uma grande fazenda, de modo que neste momento há várias ruas fechadas e assim vão ficar por enquanto", especificou o superintendente.
O magnata, de 67 anos, se mudou para o Reino Unido em 2000 por causa de seus problemas com a Rússia de Putin e tinha tido um enfrentamento empresarial com o dono do clube inglês Chelsea, o também russo Roman Abramovich.
Em 2012, Berezovsky, que andava sempre com seguranças, tinha perdido uma batalha legal multimilionária contra Abramovich por considerar que este o tinha intimidado a vender ações da companhia petrolífera russa Sibneft por uma 'fração' de seu valor real.
No entanto, as acusações do magnata russo foram rechaçadas pelo Tribunal Comercial de Londres.
Tanto Berezovsky quanto Abramovich conseguiram acumular numerosas fortunas na Rússia de Boris Yeltsin.
Berezovsky, matemático na era soviética e amigo da família de Yeltsin, tinha iniciado sua carreira empresarial com uma concessionária de carros, mas depois, com a chegada de Putin ao poder, fugiu para vários países e se estabeleceu no Reino Unido.
Berezovsky era amigo do ex-agente secreto russo Alexander Litvinenko, que foi envenenado em Londres com uma substância radioativa no final de 2006.
Pedido de prisão no Brasil
Em julho de 2007, a Justiça Federal determinou a prisão de Boris Berezovsky e dos iranianos Kia Joorabchian e Nojan Bedroud, seus representantes no Brasil, com a suspeita de lavagem de dinheiro na parceria da empresa MSI com o Corinthians. A denúncia do Ministério Público que baseou o pedido de prisão indicava que Berezovsky utilizou o Corinthians para lavar dinheiro obtido de forma ilícita no exterior.
Além de Kia e Nojan, foram denunciados na época por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha o ex-presidente do Corinthians, Alberto Dualib, o ex-vice-presidente, Nesi Curi, o ex-diretor de futebol Paulo Angioni, o empresário Renato Duprat e o advogado Alexandre Verri, da empresa Veirano Advogados.
Entretanto, em 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu uma liminar que suspendeu a decisão judicial que condenava Berezowsky e Kia a pagar R$ 37,2 mil cada por litigância de má-fé (quando uma das partes de um processo recorre apenas para retardar a tramitação de uma ação). O STF entendeu na época que os dois não tiveram assegurado o direito de ampla defesa, porque o juiz teria negado aos advogados dos réus a formulação de perguntas durante o interrogatório judicial –direito previsto em lei. Os advogados entraram então com a ação de suspeição contra o juiz.
*com informações da BBC
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