Alguns protestos foram realizados na noite desta terça-feira (5) no município Chacao, em Caracas, reduto forte de oposição na Venezuela. Por volta das 20h locais (18h30 no horário de Brasília), um grupo mobilizado com bandeiras e palavras de ordem a favor de Chávez lançou colchões, barracas e pedaços de trilhos de alumínio nas ruas, que até algumas horas
antes pertenciam a um grupo de estudantes que protestavam do governo venezuelano.
Os alunos realizaram, por volta de uma semana, protestos contra o governo de gerenciamento de informações da Venezuela, sobre a saúde de Hugo Chávez, e foram acorrentados. De acordo com o jornal local "El Universal", os jovens demonstraram fora da Gerência Executiva da Magistratura (DEM) que foram violentamente expulsos da instituição.
Cuidado com motos
Pelas redes sociais, muitos jornalistas venezuelanos advertiram que há bandas motorizadas circulando norte e leste da cidade, gerando ansiedade entre os moradores dos conjuntos habitacionais. O jornalista Ewald Scharfenberg, ex-diretor da ONG Prensa y Sociedad (IPYS) da Venezuela, relatou que às 21h locais (19h30 no horário de Brasília), por meio de sua conta no Twitter que grupos de cerca de 50 pessoas, armadas e com motocicletas, dispararam contra ar.
Ele também publicou em mídia digital que um jornalista colombiano foi atacado nas proximidades do Hospital Militar de Caracas, onde morreu Hugo Chávez.
População nas ruas
Os moradores da Venezuela sairam às ruas para realizar manifestações após o anúncio oficial da morte de Hugo Chávez nesta terça-feira (5). Muitas pessoas bloquearam as avenidas principais da capital Caracas.
Lojas e principalmente postos de combustíveis servem de refúgios para a população, que se aglomera cada vez mais nesses pontos. A Praça Bolívar, conhecido "coração da cidade" e as proximidades do Palácio Miraflores também foram locais escolhidos da população para fazer manifestações.
Caos nas vias
O anúncio oficial da morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, gerou um caos muito forte nas principais estradas da capital. Nas avenidas principais que ligam o leste de Caracas para o Centro, muitas buzinas, cornetas e gritos são ouvidos, o que remontou a ideia de "desespero".
Na Avenida Francisco de Miranda, na altura do Plaza Francia, em Altamira, um local conhecido pela oposição chavista, policiais tentavam dispersar o público que ali se "amontoa".
Silêncio
Em contrapartida, antes do anúncio da morte de Chávez não foi constatada nenhuma presente manifestação nas ruas de Caracas,. Não havia policiais ou militares mobilizados nas ruas. Minutos antes do anúncio, tudo estava como o "de costume" na cidade. Algumas poucas pessoas ainda tentavam digerir o pronunciamento no meio da tarde do vice-presidente Nicolás Maduro, que disse que havia uma "conspiração" por parte de adversários políticos sobre o estado de saúde de Chávez.
No Centro da cidade, perto do Conselho Nacional Eleitoral e à Assembleia Nacional, onde será o governo do próximo presidente da Venezuela, a chuva dispersou as pessoas. O lugar, sem custódia especial das forças de segurança, pelo menos até 16h30 locais, parecia desolado, trivial, sem importância.
Leo CamposEspecial para o G1, em Caracas
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