terça-feira, 19 de março de 2013

Advogada diz que jovem queimou a boca com suco Ades em Ribeirão

Problema foi detectado em 96 unidades do suco de maça Ades (Foto: Divulgação)

Um adolescente de 17 anos de Ribeirão Preto(SP) queimou a boca ao consumir um suco de maçã da Ades, segundo uma das advogadas de sua família, Renata Moreira da Costa. Ela alega que o jovem chegou a colocar a bebida na boca e a cuspiu antes de engolir, logo que sentiu ardência na mucosa na noite de 7 de março, uma semana antes de a Unilever Brasil – fabricante responsável – anunciar o recall de um lote de embalagens de 1,5 litro que teria
suco misturado com produto de limpeza. A Unilever informou que não comenta casos específicos, mas informou que o problema só existe em 96 unidades produzidas em Pouso Alegre (MG).
“Em segundos, ele sentiu uma queimação muito forte e já cuspiu. Logo em seguida ele gritou ao perceber que a boca estava sangrando. Começaram a formar fissuras e sangramentos em todo o interior dela”, disse a advogada. Segundo Renata, a substância – que por pouco não foi ingerida – era bem diferente da consistência de um suco: transparente e sem cheiro como a água, porém mais denso. O líquido chegou a corroer o fundo de uma panela de alumínio durante um teste preliminar, alegou a advogada. “O ácido corroeu o fundo da panela, na hora borbulhou. (...) Acreditamos que seja soda cáustica.”
Apesar de falar que o cliente queimou a boca, o laudo que vai identificar se o suco continha problemas ainda não foi divulgado. "Se ele tivesse ingerido o suco poderia estar em uma situação mais delicada”, afirmou a advogada.
Ela disse ter encaminhado uma das duas caixas de suco adquiridas pela família – além da panela corroída – para a Polícia Civil, onde foi registrado um boletim de ocorrência por lesão corporal. Segundo o delegado que investiga o caso, José Luís Meirelles Junior, o líquido foi encaminhado para o Instituto de Criminalística, que ficou incumbido de levá-lo para testes no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP). “Teremos que ouvir o estabelecimento comercial que vendeu o produto e o próprio fabricante”, disse.
A advogada alega também ter conseguido na Justiça uma medida cautelar de produção antecipada de provas para que outra amostra do suco Ades seja analisada por um químico. Mediante o resultado das investigações, segundo ela, a família poderá tomar providências contra a fabricante.
Anvisa
Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (18) suspendeu a fabricação, a distribuição, a venda e o consumo de lotes dos produtos com soja da marca Ades. A medida atinge apenas uma das 11 linhas de produção de Ades da fábrica de Pouso Alegre (MG).

A suspensão abrange todos os lotes da bebida fabricados pela linha de produção TBA3G, em diferentes sabores. Os lotes fabricados na linha de produção afetada podem ser identificados pelas iniciais "AG" no número do lote.
Segundo a resolução, a medida foi tomada "por suspeita de [os produtos] não atenderem às exigências legais e regulamentares da agência". A Anvisa afirmou que a medida é temporária e que foi adotada como precaução.
No dia 14, a Unilever anunciou recall em um lote do suco de maçã Ades de 1,5 litro por risco de queimadura. Segundo a fabricante, a contaminação com solução de limpeza foi detectada no lote com as iniciais AGB 25, fabricado em 25 de fevereiro, com "cerca de 96 unidades do produto Ades Maçã 1,5 l".
Unilever
Contatada pelo G1, a assessoria de imprensa da Unilever informou que não comenta casos específicos. Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Unilever reafirmou que o problema de qualidade limita-se às 96 unidades produzidas em Pouso Alegre e que nenhum produto fabricado na linha TBA3G foi distribuído ao mercado. "A linha encontra-se inativa", comunicou a empresa.

A companhia informou ainda que já identificou a causa do problema de qualidade e implementou as medidas corretivas correspondentes, "incluindo a retirada do mercado das unidades produzidas na linha TBA3G". "Todos os demais produtos Ades não correspondentes aos lotes com iniciais AG permanecerão no mercado, encontrando-se em perfeitas condições para consumo", afirma a Unilever.
Rodolfo TiengoDo G1 Ribeirão e Franca


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