O primeiro vírus a se espalhar por microcomputadores comemora 30 anos em 2012. Criado por um estudante de 15 anos e batizado de "Elk Cloner", o vírus infectava computadores Apple II e se espalhava por meio de disquetes. O autor do código, o norte-americano Rich Skrenta,
hoje com 45 anos, é executivo do portal de busca "Blekko", que promete uma experiência melhor de pesquisas eliminando spam e outros resultados indesejados.Depois criar o "Cloner" e se graduar em Ciência da Computação, Skrenta se envolveu em projetos relacionados a jogos eletrônicos e na segurança de comunicações na internet como funcionário da Sun Microsystems. Trabalhou para uma empresa da Netscape, que seria comprada pela AOL, onde atuou no desenvolvimento de sites da companhia. O programador nunca trabalhou na área de antivírus.
"Achei uma pena que os antivírus fossem necessários. Parece-me que um sistema operacional bem desenvolvido deveria ser capaz de proteger o computador desse tipo de coisa", afirmou Skrenta ao G1.'
O programador tem uma mentalidade semelhante sobre o campo de buscas no qual atua. Enquanto o Google tenta criar algoritmos para detectar sites que forem maliciosos ou de baixa relevância, o Blekko busca classificar manualmente o conteúdo da internet.
"A web cresceu para incluir um monte de conteúdo ruim, não só malware e vírus, mas sites que te enganam, vendem produtos ruins ou falsos, ou dão informações falsas. No Blekko nós tentamos fazer uma lista com o melhor conteúdo, categoria por categoria, e só pesquisar o que for de qualidade", afirmou o executivo.
Em seu blog, (veja aqui) Skrenta já opinou que o Pagerank – o nome dado ao algoritmo do Google para decidir o que é mais relevante com base nos links que recebe – teria estragado a web. "Links deviam servir para a navegação humana. Hoje eles valem dinheiro e estão arruinados", diz o texto.
Ao G1, ele explicou que o modelo do Blekko é uma "evolução necessária". "Sempre haverá mais coisas ruins sendo criadas, mas o conjunto das coisas boas é mais estável". O Blekko, fundado em 2007, está entre os mil sites com mais tráfego na internet, segundo a Alexa
Elk Cloner
O vírus Elk Cloner infectava o setor de boot de disquetes, um dos meios que seriam mais populares entre os vírus nas décadas de 80 e início de 90, até que os vírus de macro – que infectavam documentos do Microsoft Office – se tornaram um problema maior. O programa foi desenvolvido como uma brincadeira.
"Fiz o Elk Cloner como uma brincadeira quando era garoto. Desenvolver malware para ganhar dinheiro de forma criminosa me não parece a mesma coisa. Existe uma diferença entre os estudantes do MIT (Massachussets Institute of Technology) [faculdade norte-americana ligada à cultura hacker] que aprendem a burlar fechaduras para entrar em lugares secretos do campus, e bandidos que querem roubar bancos. Um deles está dominando a tecnologia porque é interessante e eles são curiosos, enquanto o outro tipo de atividade é negativa e danosa", afirmou.
Skrenta disse que nunca recebeu nenhum contato de programadores de vírus. Como os sistemas e os disquetes nos quais o Elk Cloner se espalhou não são mais usados, a praga não está mais em circulação. Mas ainda existe pelo menos uma cópia do vírus.
"Ainda tenho o disquete de 5 e 1/4 polegadas que foi o primeiro do Elk Cloner, e o Apple II em que eu o programei", revela.
Altieres RohrEspecial para o G1
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