Assim que terminou o jogo que deu ao Corinthians a vitória sobre o argentino Boca Juniors e o histórico título de campeão da Libertadores da América, pouco antes da meia-noite de quarta-feira (4), a Stella Barros Turismo lançou no ar em seu site seus pacotes de viagem para o Japão,
onde o Timão disputará o Mundial de Clubes no fim do ano.Já foram reservados 150 pacotes em menos de 24 horas, informou na quinta-feira (5) a assessoria da operadora. A empresa não duvidou da paixão corintiana e já tinha o pacote preparado, mesmo antes do resultado da Libertadores. Os preços variam de R$ 12,8 mil a R$ 20 mil para oito noites de hospedagem
Mas há operadoras que ainda estão formatando seus pacotes. É o caso da novata em viagens de lazer Flytour, que está no ramo há 38 anos trabalhando em viagens de negócios. Desde maio, opera em viagens de lazer e, para finalizar seus pacotes ao Mundial do Japão, depende apenas de fechar a compra dos ingressos. A assessoria da Flytour informou que tem recebido inúmeros pedidos de informações de agências de viagens sobre um possível pacote. Por isso, a empresa resolveu investir na viagem que junta lazer e esportes.
A veterana CVC, que opera também a agência de viagens Vai Corinthians, do clube, informou que está em processo de formatação de seu pacote, uma vez que já recebeu pedidos de reservas de torcedores que querem ver seu clube no Japão. A operadora, no entanto, não pôde informar quando os pacotes serão fechados nem quantas reservas já foram solicitadas.
Site de agência teve recorde de acesso
O site da agência de turismo Shigoto.com, especializada em viagens ao Japão, recebe em média 1.200 acessos por dia. Nesta quinta-feira (5), somente até o meio-dia, o link sobre o pacote de viagem para o Mundial do Japão teve mais de 6 mil acessos. Na agência, que fica na Liberdade, bairro oriental de São Paulo, e não faz vendas on-line, a manhã desta quinta foi um entra-e-sai de torcedores pedindo informações sobre a viagem.
O gerente administrativo Cori Passos mal conseguia falar, pois o telefone tocava sem parar, com gente pedindo informações.
“Isso está uma loucura. Descobriram até nossos números de celulares”, afirma, ponderando, porém, que todo esse assédio é resultado do entusiasmo inicial pela vitória do Timão, e pode arrefecer com os dias. Mas que a procura pelo pacote vai ser grande ele garante que vai.
“Ainda não formatamos o pacote. Somente no sábado (7) poderemos informar o preço da viagem e em cerca de 15 dias já teremos detalhes de hospedagem. Mas estamos impressionados com o interesse”, diz, explicando que em 2011 a agência levou para o Japão 1.600 torcedores do Santos, que participou do Mundial no Japão. Mas os corintianos, segundo ele, certamente superarão esse número.
Com a experiência do ano passado, Cori Passos orienta o torcedor que só compre o pacote se já tiver passaporte e visto.
“É uma viagem longa e cara e para se obter o visto são necessários requisitos que nem todos preenchem como apresentar contracheque, extrato bancário e declaração de Imposto de Renda”, explica ele, que tem um blog com orientações sobre vistos para vários países.
Cori conta que no ano passado recebeu um cliente, que já tinha comprado a passagem para o Japão e queria completar o pacote, mas, para sua surpresa, ele não tinha tirado o visto e nem sequer tinha passaporte.
“Nem acreditei quando ele me perguntou: ‘E precisa passaporte?’. No entusiasmo, tem gente acha que é só comprar a passagem e entrar no avião”, brinca.
'Turismo esportivo é nicho importante'
Edmar Bull, vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) de São Paulo, diz que a procura pelos pacotes ao Japão para o Mundial começaram logo após o fim do jogo na noite de quarta. Segundo ele, somente uma empresa reservou 150 lugares num pacote para oferecer como prêmio a funcionários
“O interesse começou de noite mesmo. Operadoras associadas já tiveram solicitação de pacotes. Eu mesmo, que não trabalho nesse segmento, trabalho com turismo corporativo, fui sondado para pacotes ao Japão. A procura vai ser bem grande”, prevê. Segundo ele, o turismo esportivo é um nicho importante no mercado das agências de viagens.
Lilian QuainoDo G1, no Rio
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