Em 12 de outubro de 1995, Sérgio Von Helder, então bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, tornou-se conhecido mundialmente por ter chutado a imagem de Nossa Senhora Aparecida em um programa de TV.
As imagens da cena, no programa O Despertar da Fé, da TV Record, se espalharam rapidamente e geraram uma enxurrada de críticas. Era o “dia da padroeira” e a comoção foi geral. Questionado sobre o chute na santa, afirma que apenas bateu de leve.
“Se tivesse chutado, teria quebrado meu pé, porque aquilo parecia de ferro. Mas a Globo ficou insistindo na imagem. Então, ficou na cabeça das pessoas que eu chutei. Qualquer pessoa inteligente vê que eu não chutei. Mas o povo brasileiro é muito ignorante espiritualmente. É falta de conhecimento da Palavra de Deus. É bom explicar isso para não dizer que estou chamando o povo de ignorante”, afirmou em entrevista ao IG.
Von Helder foi transferido e viveu uma espécie de exílio nos Estados Unidos. Posteriormente foi enviado pela igreja para Porto Rico, México, Colômbia e Venezuela. Atualmente rompido com a igreja de Edir Macedo, voltou para o Brasil onde lidera a Igreja da Restauração.
Fundada nos Estados Unidos em 2002, a Restauração foi iniciada pelo bispo Angelo Barbosa, que também saiu da Universal. Sem esquecer do passado polêmico, Von Helder conta que durante muitos anos circulou a falsa informação que ele teria sofrido um acidente e recebido uma “visão” de Nossa Senhora e por causa disso se convertido ao catolicismo. O boato começou na internet, chegou a dois jornais do interior de São Paulo, foi publicado na revista católica Pergunte e Responderemos, foi tema de um programa da TV Canção Nova, e acabou no Programa do Ratinho, no SBT.
“Como estou há muito tempo fora, pareceu verdade. Agora, tenho a oportunidade de mostrar que isso é mais uma de tantas mentiras”, avisa. No livro que escreveu em 2012 e está relançando, “Um chute na idolatria”, faz duras críticas à Igreja Católica. Entre outras coisas, contesta dogmas como Maria ser a “mãe de Deus”, a existência do purgatório, a ideia de que todos são filhos de Deus, a ideia de que as pessoas descansam depois da morte e que todo mundo vai para o céu.
“A Igreja Católica vive de mentiras”, dispara. Em seu livro, afirma querer “mostrar mentiras, que de gerações em gerações, entram na cabeça das pessoas como verdades”. O objetivo é apenas “tirar as pessoas da cegueira e da ignorância”.
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