O Ceará está em 13º lugar no país em acidentes de trabalho, segundo dados da Previdência Social. Foram mais de 12 mil em um ano. Até junho deste ano, o posto do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) de Sobral, na região Norte do estado,
concedeu 261 auxílios-doença. Em todas as 15 agências da região Norte do estado atendidas pelo município, foram 621 auxílios.Em Sobral, os casos mais comuns são registrados na construção civil e na indústria. Cenas como a de um homem trabalhando sem equipamento de proteção ainda são comuns. Em um andaime a alguns metros do chão, nada de luvas, nem capacete e nem mesmo cinto de segurança. O uso desses equipamentos que protegem os trabalhadores de possíveis acidentes é obrigatório.
Os operários da construção civil, por exemplo, estão constantemente expostos a riscos. Por isso, a preocupação do uso de equipamentos de proteção individual (epi). Mas esse uso ainda tem encontrado muita resistência.
“Eles têm uma resistência muito grande em usar equipamento. Tem todo o equipamento de segurança, a gente entrega, eles sobem na laje, lá em cima, e quando você vê estão sem o epi. sem capacete, muitas vezes sem a bota, sem o cinto de segurança. É preciso constantemente estar acompanhando, para que eles não deixem de usar”, explicou o mestre de obras, João Teles.
Marco Aurélio Menescal, proprietário de construtora , há 12 anos no mercado, diz que a preocupação tem de ser constante. “Dar treinamento para cada tipo de operário. seja pedreiros, ferreiros, carpinteiros... Eles recebem esse tipo de treinamento para usarem os seus equipamentos de segurança nas suas funções. Então, a gente percebe ainda que, aqui em Sobral há uma dificuldade muito grande por parte dos operários”.
Há 11 meses a auxiliar de produção, Ângela Souza Maciel, está em tratamento. Ela trabalhava em uma indústria e por esforço repetivo, desenvolveu uma lesão no braço. “Sempre eu gostei de trabalhar. Isso aqui atrapalha muito a gente, a gente está trabalhando e está só com negócio de afastamento. Iisso daí dá muito problema, quando a gente sair da empresa”, disse.
De acordo com engenheiros de segurança do trabalho, os acidentes mais comuns na construção civil são as quedas e as perfurações. “Normalmente pelo não uso do equipamento e algumas vezes pelo uso inadequado. Não basta só o empregador entregar o epi (equipamento de proteção individual) ao funcionário. Ele deve entregar e orientar como usar esse equipamento adequadamente. E principalmente, cobrar dele o uso”, disse o engenheiro em segurança do trabalho, Sidney Sepúlveda.
Do G1 CE, com informações da TV Verdes Mares
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