O forte terremoto de magnitude 8,2 que sacudiu o norte do Chile na noite desta terça-feira (1°) matou ao menos cinco pessoas e deixou três feridos graves, informou o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo. As vítimas fatais correspondem a quatro homens e uma mulher. As causas das mortes seriam ataques cardíacos e esmagamento.
Anteriormente, o governador de Iquique, Gonzalo Prieto, confirmou a uma rádio local as mortes de duas pessoas em seu território.
O número de vítimas, no entanto, ainda é incerto e pode aumentar. O prefeito de Alto Hospicio, Ramón Galleguillos, por exemplo, informou que outras duas pessoas morreram após o tremor, ambas de ataques cardíacos.
O governo do Chile informou ainda que, após o tremor, alerta de tsunami afetou toda a costa chilena - de 4 mil quilômetros de extensão. "Todos os comitês de emergência estiveram em operação, e a evacuação em toda a costa litorânea foi preventiva", disse o subsecretário do Interior, Mahmoud Aleuy.
O alerta de tsunami foi extendido por pelo menos 6 horas após o sismo e foi suspenso durante a madrugada desta quarta (2).
A Marinha do Chile afirmou que um tsunami atingiram áreas no norte do país. O Sistema Nacional de Alarme de Maremotos (SNAM) disse que a alteração gerada pelo tremor chegou à região de Pisagua, também no norte chileno, onde há ondas de 1,5 metro.
Em entrevista no Escritório Nacional de Emergência (Onemi), em Santiago, Aleuy afirmou que foi registrado um deslizamento de terra no Morro de Arica, no extremo norte do Chile, que há estradas e ruas bloqueadas na cidade de Colchane.
A respeito do alerta de tsunami, Aleuy disse que as maiores ondas foram registradas na cidade de Iquique, a 1.857 km ao norte de Santiago, onde alcançaram 2,5 metros de altura.
Ainda de acordo com ele, a torre de controle do aeroporto internacional de Iquique está fora de serviço, e a cidade está às escuras, sem energia elétrica.
Homens do Exército e da polícia estão nas ruas de Iquique, para evitar saques.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, declarou área de desastre nas regiões de Arica e Tarapacá, duas das mais afetadas pelo terremoto. Ela assinou o decreto no palácio de La Moneda.
Bachelet viajará nesta quarta para as áreas afetadas.
Redes de TV locais informaram que os navios da Marinha deixaram o porto de Valparaíso rumo a mar aberto para evitar um eventual tsunami. O mesmo fizeram navios no porto de San Antonio, situado a 102 km a sudoeste de Santiago.
Além disso, vários voos com destino ao norte do país foram cancelados, afirmaram as autoridades aeroportuárias chilenas.
O Centro Nacional de Sismologia da Universidade do Chile, informou que o forte terremoto foi sentido às 20h47 locais (mesmo horário em Brasília), a uma profundidade de 10 km, e que seu epicentro foi registrado a 85 km a sudoeste de Cuya e a 99 km da costa da cidade de Iquique, na província de mesmo nome.
Após o terremoto, houve mais de dez réplicas, muitas de magnitude entre 4 e 5 graus, que provocaram o corte total da energia elétrica nas cidade do norte chileno. O fornecimento de água potável também foi suspenso.
O prefeito de Arica, a 1.660 km de Santiago, Salvador Urrutia, disse que a cidade registrou feridos após o forte tremor destruir algumas casas e causar danos em alguns prédios. “Há feridos leves que foram ao hospital e também estão sendo atendidos em abrigos”, afirmou. “Não registramos mortos”, acrescentou.
De acordo com o site do jornal “El Mercurio”, do Chile, nas regiões das cidades de Arica, Parinacota e Tarapacá, a população ficou com medo e foram registrados congestionamentos de carros que buscavam áreas mais seguras.
Em 2010, um tremor de magnitude 8,8 gerou um tsunami que causou grandes danos nas regiões centro-sul do país e matou centenas de pessoas.
Da EFE
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