Em fevereiro do ano passado a catedral de Notre Dame, em Paris, foi invadida por feministas do Femen que, semi-nuas, comemoravam a renúncia do Papa Bento 16, tocando os sinos da igreja com bastões de madeira.
Acusadas de danificarem três sinos que estavam expostos em comemoração aos 850 anos da catedral, as feministas foram absolvidas pelo Tribunal Pena de Paris e comemoraram a decisão que não as condenou por blasfemar contra igrejas.
“Temos orgulho de saber que a blasfêmia é um direito e que não seremos condenadas por isso”, disse Inna Shevchenko, uma das fundadoras do Femen. A ativista afirmou que no final o julgamento foi pelos sinos danificados e não pelo protesto contra o catolicismo e contra a figura do papa. “Isso nos encoraja a continuarmos com nossa ação”.
De fato a crítica que as ativistas fizeram à fé cristã não foi julgada, os advogados da Notre Dame reclamavam pelos três sinos revestidos de ouro que tiveram a parte externa desgastada pelos golpes das manifestantes que invadiram a igreja.
O advogado do Femen garantiu que elas usaram um feltro em volta dos bastões para impedir que os sinos fossem danificados. O Ministério Público, que moveu a ação, pedia uma multa de 1,5 mil euros (R$ 4,5 mil) para cada uma das nove mulheres que participaram do ato. Mas por falta de provas para os danos aos sinos, a justiça resolveu absolvê-las.
Por outro lado o Tribunal resolveu multar os vigias do templo por “violência contra as mulheres” exigindo o pagamento de valores que vão de 300 euros a 1 mil euros (R$ 900 a R$ 3 mil).
Decisão gera crítica de autoridades
A decisão do Tribunal de Paris gerou muitas críticas de religiosos e políticos franceses. Thierry Mariani, ex-ministro e deputado do partido UMP, disse que a absolver as ativistas é estimular os provocadores. O senador Bruno Relaileau também criticou o fato. “A absolvição da Femen nada mais é do que uma autorização para destruir e odiar”.
O abade Pierre-Hervé Grosjean considerou a decisão como “lamentável” e disse que é preciso educar as pessoas a respeitarem as religiões e os locais de culto.
No Brasil o padre Paulo Ricardo afirmou que o Tribunal de Paris inaugurou o direito à blasfêmia. O pároco não apenas discordou da decisão como lamentou a preocupação com os sinos, algo material, enquanto o que realmente importava era a profanação que as ativistas fizeram no templo.
“Para esta triste época, em que a impunidade é encorajada, o ateísmo é acolhido como ‘religião oficial’ do Estado e a blasfêmia não só é praticada, como transformada em ‘direito’, não resta senão suplicar a Cristo que suscite nos corações dos cristãos o amor a Deus e o empenho de, mais uma vez, salvar o Ocidente da barbárie”, escreveu em seu blog. Com informações BBC
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