sexta-feira, 19 de abril de 2013

Defesa diz que Bola vai alegar inocência no júri do caso Eliza

Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, chega ao fórum em Ribeirão das Neves (Foto: Pedro Triginelli/G1 MG)

O advogado Fernando Magalhães, que defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos – o Bola –, disse que seu cliente vai alegar inocência na morte de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandesdas Dores de Souza. Bola vai a julgamento nesta segunda-feira (22), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele acusado de homicídio
duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Eliza foi morta em junho de 2010.
“Vamos alegar a negativa de qualquer participação nos eventos. Os depoimentos do Macarrão e do Bruno trazem uma dificuldade. O Macarrão disse que não foi o Bola [que matou Eliza Samudio] e o Bruno afirmou que foi o Bola, mas quem teria contado [sobre o assassinato] foi o Macarrão. Tem uma divergência na história dos dois”, afirmou Magalhães.
Bola seria julgado em novembro de 2012, juntamente com os demais réus. Porém, no primeiro dia do júri, seus advogados abandonaram o plenário e ele se negou a ser representado por um defensor público. Depois disso, Bola teve seu julgamento desmembrado pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. Ele está preso desde 2010.
O advogado de Bola explica que a defesa vai mostrar que a verdade não foi apresentada para a sociedade. “Em dezembro de 2012 estava definido que a suposta morte [de Eliza Samudio] tinha algumas pessoas como participantes. Surge a possibilidade de novos réus. Isso demonstra que a prova da acusação da polícia foi mal direcionada e tendenciosa”, falou.
Os novos suspeitos de envolvimento citados por Fernando Magalhães são o policial civil aposentado José Lauriano de Assis Filho, conhecido como Zezé, e o policial Gilson Costa. Eles são investigados pelo Ministério Público.
O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro afirmou que ainda vai denunciar Zezé. “O Ministério Público tem convicção da participação do Zezé. Ele pode ser responsabilizado pelo homicídio, pelo sequestro de Eliza e de sua criança e também pela ocultação do cadáver da moça”, disse em entrevista ao Fantástico, em março deste ano. José Lauriano não comentou sobre o fato.
Já o policial Gilson Costa é investigado por causa das ligações telefônicas que ele teria mantido com Bola na época do crime, em junho de 2010. Em entrevista ao G1, ele disse que vai provar sua inocência. “Tenho mais de 40 testemunhas que mostram que não tenho participação neste caso. Tenho relatórios de trabalho que mostram onde eu estava quando isso ocorreu. Tenho uma infinidade de documentos, relatório da Infraero sobre deslocamento de aeronaves que usei, diárias de hotéis, abastecimento de combustível e até o registro da viatura em que estava quando ela [Eliza] foi morta”.
Procurado pelo G1, o advogado Ércio Quaresma, que também defende Marcos Aparecido dos Santos, disse que só vai falar com a imprensa após o resultado do júri. Ele está na defesa de Bola desde o início do caso.
Condenações
Quatro réus no caso já foram julgados, três deles condenados e uma absolvida. O Goleiro Bruno Fernandes foi condenado em março pelo júri popular a 22 anos e três meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza e também pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador, foi absolvida.

Em novembro do ano passado, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno, também foram condenados por participação nas ações que resultaram na morte da ex-amante do jogador. Macarrão pegou 15 anos de prisão - pena mínima por homicídio qualificado em razão de sua confissão -, e Fernanda, cinco anos.
Além de Bola, outros dois réus ainda vão ser julgados, Wemerson Marques de Souza, conhecido como Coxinha, e Elenílson Vitor da Silva. O júri dos dois está marcado para 15 de maio deste ano, também em Contagem (MG).
Pedro TriginelliDo G1 MG

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