Jogo em casa, com o estádio Parc des Princes lotado, contra um time que briga para se livrar do rebaixamento no Campeonato Francês. O cenário era perfeito para Lucas estrear oficialmente pelo Paris Saint-Germain com uma atuação de gala. Mas nem tudo correu como esperado. O brasileiro teve boa participação, mostrou disposição e personalidade,
mas não foi o suficiente para evitar o empate por 0 a 0 com o modesto Ajaccio.
O resultado não foi bom para o PSG, que segue na liderança, com 39 pontos, mas pode ser ultrapassado por Lyon e Olympique, que jogam neste fim de semana. Para o Ajaccio, o ponto conquistado é valioso na briga contra a degola: a equipe pulou para a 14ª posição, com 22 pontos, cinco a mais que o Sochaux, primeiro time na zona de rebaixamento.
O dia, aliás, foi ruim para os outros brasileiros. Thiago Motta, que é naturalizado italiano, foi expulso aos 45 minutos do primeiro tempo, após um carrinho por trás em Sammaritano. Thiago Silva teve de ser substituído no início da segunda etapa, após reclamar de dores musculares. Lucas também teve problemas, saindo aos 37 da segunda etapa, sentindo cãibras, e foi muito aplaudido pelos torcedores. Alex e Maxwell foram os outros compatriotas do ex-são paulino em campo.
Lucas empolga torcida, mas PSG cria pouco
Mesmo antes da partida, a empolgação com Lucas já era evidente. Ainda se preparando para entrar em campo, o meia ouviu seu nome ser gritado pela torcida. Já no gramado, ele agradeceu aos fãs, mas manteve o semblante concentrado, como se soubesse que uma boa estreia conquistaria ainda mais rápido as arquibancadas.
E o começo foi bom. Logo no primeiro minuto, Lucas recebeu a bola, driblou o marcador e tocou rápido. A torcida foi ao delírio. Na seqüência, limpou mais dois defensores e abriu o jogo na direita. O lance, aliás, seria um resumo da participação do meia na partida.
Ainda sem entrosamento, Lucas sofreu para dar seqüência às jogadas. O começo era fácil: ele continuava passando pelo primeiro marcador como se ainda jogasse no Brasil. Depois, complicava. Acostumado a arrancadas, o meia agora procurava o auxílio dos companheiros, mas a falta de entendimento pesava. Como resultado, o PSG pouco ameaçava o gol de Ochoa.
Para acomodar Lucas no time, o técnico Carlo Ancelotti precisou alterar um pouco o esquema. O ex-atleta do São Paulo jogou como o esperado, aberto pela direita. Pastore foi deslocado para a esquerda e, bastante desconfortável, pouco produziu. Na frente, Lavezzi e Ibrahimovic se movimentavam, mas também não se entendiam. Assim, o trabalho da defesa do Ajaccio, liderada pelo brasileiro Felipe Saad, foi facilitado.
As estatísticas de Lucas: | |
---|---|
Chutes a gol | 3 |
Passes certos | 39 (85% de acerto) |
Faltas sofridas | 3 |
Desarmes | 3 |
Cruzamentos | 3 (75% de acerto) |
Expulsão complica os donos da casa
Não à toa, as melhores chances do PSG foram de bola parada. Aos 12 minutos, em cobrança de falta, Ibra rolou para Thiago Motta, que chutou cruzado, mas mandou para fora. Aos 26, Lucas bateu escanteio na direita, e Alex se antecipou à zaga, mas cabeceou em cima de Lavezzi. Com a bola rolando, a principal oportunidade foi aos 31: Thiago Motta lançou Ibra, que ficou na cara de Ochoa, mas pegou mal na bola e chutou por cima do gol.
Apesar do domínio territorial, a falta de criatividade dos donos da casa era clara. A torcida se empolgava mais com as arrancadas de Lucas, que mostrava facilidade para passar pelos adversários, mas pouco produzia de efetivo. Já o Ajaccio ia pouco ao ataque, mas saiu no lucro no fim do primeiro tempo. Aos 45 minutos, Thiago Motta foi expulso após um dar um carrinho por trás em Sammaritano.
PSG melhora, mas não supera retranca
Apesar da vantagem numérica, o Ajaccio não mudou de postura na segunda etapa e continuou na defesa, o que facilitou a vida do PSG, que pareceu não sentir o fato de atuar com um atleta a menos e seguiu pressionando. Nem mesmo a saída de Thiago Silva aos oito minutos, quando o zagueiro pediu para ser substituído após reclamar de um problema físico, abateu os parisienses.
Mais ambientado, Lucas melhorou no segundo tempo. Ele continuava levando vantagem sobre a defesa, mas passou a ser mais incisivo. Aos 15 minutos, o brasileiro cruzou da direita, e Alex cabeceou para ótima defesa de Ochoa. Aos 20, o jovem arriscou seu primeiro chute, de fora da área, mas a bola foi desviada pela zaga.
A evolução de Lucas coincidiu com a postura mais agressiva do PSG, que, enfim, começava a encontrar buracos na defesa do Ajaccio. Aos 23, Lavezzi puxou um contra-ataque e deixou Ibrahimovic na cara do gol, mas Ochoa saiu bem e fez a defesa. Três minutos depois, o ex-são paulino arriscou novamente de longe, mas novamente a zaga desviou. Na seqüência, porém, Lavezzi cruzou para a área, e Matuidi, na pequena área, chutou por cima.
Apesar da pouca idade e do jogo cada vez mais complicado, Lucas não se escondeu da partida. Continuou correndo, tentando dribles e jogadas. Mas pagou o preço pela disposição. Aos 37, caiu no chão sentindo cãibras e teve de ser substituído. Os torcedores reconheceram a estreia positiva do brasileiro e o aplaudiram na saída.
A boa vontade com Lucas não foi a mesma com o time. Sem o principal responsável por tentar desmontar a retranca do Ajaccio, o PSG se complicou ainda mais e foi facilmente anulado pela defesa visitante. Após o apito final, a torcida vaiou a equipe. A única boa notícia para os fãs, nesta sexta, foi o promissor camisa 29.
Por GLOBOESPORTE.COMParis, França
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