Das dez usinas hidrelétricas mais potentes em operação no país, apenas Itaipu opera com reservatório em situação próxima da ideal: 79% da capacidade de armazenamento de água.
Levantamento feito com base em relatórios do ONS (Operador Nacional do Sistema) mostra que seis usinas estão com suas reservas abaixo da metade,
entra elas Tucuruí (no Pará, a maior totalmente em território brasileiro), com armazenamento próximo a 26% do volume total.
Em situação semelhante estão São Simão (GO) e Foz do Areia (PR), que precisam praticamente quadruplicar seus níveis atuais para chegar à capacidade máxima.
Enquanto a chuva não é suficiente para elevar os níveis dos reservatórios, as usinas de Itumbiara (GO) e Porto Primavera (SP), por exemplo, estão gerando energia com água abaixo dos 10%.
Os dados do ONS retratam o cenário da sexta-feira. Cada usina tem um nível próprio de armazenamento para caracterizar um quadro alarmante.
O ONS diz que, enquanto houver água para mover as turbinas, as empresas continuarão gerando energia, em maior ou menor proporção.
A Folha apurou que, para os técnicos do governo, os níveis baixos causam apreensão desde o fim de dezembro.
O temor não é de um racionamento imediato, mas com o que pode acontecer mais à frente, já que os níveis precisam ser recompostos e chegar perto de 100% antes de maio, quando começa a seca.
É esse acúmulo que faz o sistema aguentar a demanda no período em que as chuvas são ainda mais raras.
"Chegamos a esse nível, abaixo do de risco, mesmo com todas as térmicas acionadas. Ou seja, a munição que o sistema dispõe para enfrentar situação já está sendo gasta", diz Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil.
Das 139 hidrelétricas acompanhadas pelo ONS, 30% estão com reservatório abaixo da metade; 51% não fazem estoque para seca e 18% estão com níveis acima de 50%.
É importante que chova nos próximos dias principalmente nas nascentes dos rios Paranaíba, Grande e São Francisco, onde se formam as bacias do Paraná e do São Francisco, responsáveis pela maior parte da capacidade de geração do país.
JULIA BORBA
DE BRASÍLIA
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