Por Marcelo BaltarDireto de San Juan, Argentina
A vida não está fácil para os favoritos noSul-Americano sub-20. Um dia após a Argentina estrear com derrota para o Chile, a seleção brasileira apenas empatou com o Equador por 1 a 1 no início de sua caminhada rumo ao tetracameponato. Mesmo com uma escalação bastante ofensiva, a Seleção esbarrou na retranca equatoriana no Estádio Bicentenário, em San Juan, num jogo que teve seus bons momentos, mas ficou muito aquém das expectativas
geradas em relação à equipe canarinho. Parrales marcou primeiro para os rivais. León, contra, deixou tudo igual após finalização do meia Mattheus.
Tido como uma das principais estrelas da equipe, Rafinha Alcântara, do Barcelona, não saiu do banco de reservas. Por opção, o filho do tetracampeão Mazinho não foi utilizado na estreia no Sul-Americano sub-20. Com o resultado, o Brasil somou o seu primeiro ponto no Grupo B. O Equador, que vai encarar a Venezuela na próxima rodada, tem a mesma pontuação. O time canarinho terá o Uruguai pela frente. Os dois jogos serão disputados no mesmo Estádio Bicentenário, em San Juan, e acontecerão no sábado.
O duelo não recebeu um grande público, mas contou com mais torcedores do que aparentava ter no apito inicial. Como o comércio de San Juan fica aberto até às 21h (o jogo começou às 20h no horário local), muita gente chegou ao Bicentenário no decorrer da partida. Estudantes de escolas públicas, que receberam ingressos gratuitos da Prefeitura da cidade, também prestigiaram a estreia brasileira, e os argentinos, obviamente. demonstraram apoio aos equatorianos na maior parte do jogo. Nos momentos de bom futebol, porém, a Seleção conseguiu arrancar alguns gritos de "Brasil" das crianças no estádio.
Uma bola na trave e um gol para cada lado
Estreias são sempre difíceis, mas o Brasil já teve seu primeiro obstáculo logo no apito inicial: o calor seco de San Juan. Quando o jogo começou, os termômetros marcavam 34º no Estádio Bicentenário. Em campo, a garotada também não teve vida fácil. Com quatro homens de marcação no meio de campo, o Equador conseguiu neutralizar a linha de frente do Brasil, que pouco criou na primeira etapa. Enquanto isso, os equatorianos eram mais perigosos, principalmente nas bolas alçadas na área - uma espécie de ritual.
Jacob Murillo e José Cevallos - filhos do lendário goleiro Cevallos, da LDU - tiveram boas oportunidades, mas pecaram nas finalizações. O Brasil respondeu com Mattheus, em bom chute cruzado da esquerda, e Ademílson, que, em bonita jogada individual, fintou a marcação e carimbou o travessão. Mas foi justamente na sequência do lance que o Equador abriu o placar: Miguel Parreles aproveitou mais um cruzamento da direita e, de peixinho entre a dupla de zaga brasileira, mandou para o gol: 1 a 0. Sem chance para o goleiro Luiz Gustavo.
O gol acordou o torcedor argentino, que passou a gritar "olé" quando os equatorianos tocavam a bola. Porém, também acordou o Brasil, que partiu para cima em busca do empate. Aos 32, Adryan avançou pelo meio, passou pela marcação e finalizou no canto. Darwin Cuero espalmou para frente. Marcos Júnior pegou o rebote e chutou por cima do gol, desperdiçando ótima chance.
Apesar de mais ligado em campo, o Brasil tomou outro susto. Do meio-campo, José Cevallos encobriu o goleiro Luiz Gustavo e carimbou a trave, para delírio dos argentinos nas arquibancadas. O lance, porém, não freou a reação da Seleção, que chegou ao empate aos 40, em lance de sorte. Mattheus chutou forte de fora da área, o goleiro defendeu parcialmente, mas Fernando León acabou se atrapalhando e empurrando a bola para o fundo da rede. Tudo igual no Bicentenário.
Brasil tem atuação irregular. Rafinha, do Barça, não sai do banco
Émerson Ávila não mexeu no intervalo, mas o Brasil começou o segundo tempo um pouco melhor do que o primeiro. Com o time mais solto, Felipe Anderson e Mansur levaram perigo em chutes de longa distância. Aos 11, no entanto, a paciência do treinador acabou e ele fez duas trocas de uma vez: saíram Felipe Anderson e Marcos Júnior para as entradas dos "gaúchos" Fred, do Inter, e Leandro, do Grêmio. Já o técnico Júlio César Rosero, do Equador, trocou um atacante por outro e manteve o esquema com quatro volantes.
As mudanças, a princípio, não deram ao Brasil o ímpeto ofensivo esperado, mas pelo menos o time parou de tomar sustos, como na primeira etapa. E mesmo sem muita inspiração, os melhores lances de perigo eram brasileiros. Aos 26, Adryan quase virou em cabeçada após ótima jogada de Fred. Três minutos depois foi a vez de Dória assustar o goleiro Cuero em forte cobrança de falta.
Aos 30, Émerson Ávila tentou sua última cartada, trocando Adryan por Bruno Mendes, deixando o Brasil com dois centroavantes em campo. Com a mexida, Rafael Alcântara, do Barcelona, não fez sua primeira partida com a camisa da seleção brasileira. E mesmo com dois "matadores", o time canarinho não ameaçou mais e iniciou sua caminhada rumo ao tetracampeonato sul-americano com um empate por 1 a 1 com o Equador.
Luiz Gustavo; Wallace, Luan, Dória, Mansur; Misael, Felipe Anderson (Fred), Mattheus; Adryan (Bruno Mendes), Marcos Júnior (Leandro) e Ademílson. | Darwin Cuero; Pedro Velasco, Fernando León, Anderson Dodônez, Leonael Ramirez; Carlos Gruezo, Eddy Carozo, Jonni Uchari, Jacob Murillo; José Cevallos (Sornoza); Miguel Parrales (Esterilla) |
Técnico: Emerson Ávila | Técnico: Julio César Rosero |
Gols:Parrales, aos 29 minutos do primeiro tempo,e Mattheus, aos 39 minutos do primeiro tempo; Cartões amarelos: Mattheus e Wallace (Brasil); Esterilla (Equador) | |
Árbitro: Enrique Cáceres (PAR) Auxiliares: Darío Gaona (PAR) e Wilson Arellano (BOL) | |
Local: Estádio Bicentenário, em San Juan (Argentina) |
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