Uma mulher de 74 anos atendida no Cais (Centro de Atendimento Integral à Saúde), posto de saúde municipal localizado no Jardim Novo Mundo, região leste de Goiânia, foi dada como morta após receber atendimento de uma equipe médica. Levada ao IML (Instituto Médico Legal), a idosa apresentou sinais vitais na mesa de necropsia,
quando era avaliada pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO).Maria José Moreira Selvati, que tinha doença de chagas, sofreu em casa uma parada cardiorrespiratória e foi encaminhada à unidade de saúde. Para tentar ajudar na reanimação, uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamada ao local e tentou reanimá-la, mas sem sucesso.
Cerca de duas horas depois de os médicos registrarem o óbito, já no SVO, porém, uma médica constatou que a mulher respirava e tinha pulsação, além de a temperatura corporal estar compatível à de uma pessoa viva.
Também a família disse que sentiu que a mulher ainda estava quente e com sinais de vida quando foi encaminhada ao IML e reclamou de negligência por parte dos médicos que realizaram o atendimento. “Eles dão o laudo lá e a pessoa vem morrer aqui dentro. É um descaso total”, afirmou Maria Aparecida Selvati, umas das filhas da vítima.
Marca-passo
A explicação da equipe de verificação de óbito é que, por causa do marca-passo, o coração da senhora continuaria pulsando até o aparelho ser desligado, o que não indica que ela estaria viva. “Mas agora vamos iniciar uma investigação para apurar se a morte foi provocada em vez de natural”, informou a diretora do SVO, Raquel Lúcio Franco.
As secretarias de Segurança Pública do Estado e de Saúde (estadual e municipal) informaram que vão aguardar os laudos para dar prosseguimento às investigações e possíveis punições aos responsáveis. Um inquérito policial também vai ser instaurado para apurar as causas da morte da idosa. Os filhos disseram que vão recorrer à Justiça.
Rafhael Borges
Do UOL, em Goiânia
Do UOL, em Goiânia
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