sábado, 8 de outubro de 2011

Téo Menezes depõe e reafirma inocência

Téo diz não ter nenhuma ligação com as associações investigadas (MARCUS CAMPOS)

O deputado estadual Téo Menezes (PSDB) saiu sorrindo do Ministério Público Estadual na noite de ontem, afirmando estar tranquilo e confiante no trabalho dos promotores que investigam o escândalo dos banheiros. “Confio inteiramente na investigação deles”, disse Menezes, que está sendo investigado por suposta participação no esquema. Depois de adiar duas vezes o depoimento, ele negou mais uma vez qualquer envolvimento no escândalo e garantiu que não tem nenhuma vinculação às entidades as quais “estão querendo” vinculá-lo, “apesar de alguns presidentes terem ligações” com ele.
Com depoimento marcado para as 17 horas, o deputado chegou ao MPE 40 minutos mais cedo, com um hall de entrada quase esvaziado de repórteres. Acompanhado de advogados, seguiu até a antessala do gabinete da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) sem dar entrevista. A conversa com promotores da Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap) durou até quase 21 horas.

À noite, um dos advogados de Teó Menezes, ao sair do elevador, olhou como estava o hall do prédio e ao constatar que ainda havia jornalistas, fechou à porta, subiu novamente e só depois saiu acompanhado do deputado.

Para Téo Menezes, a Procap teve os esclarecimentos necessários. “Não tenho nenhum fato suposto, de nenhuma entidade, de nenhuma ajuda minha, de nenhuma entidade ter sido levada à Secretaria (das Cidades) por minha parte, nenhum recurso ter sido liberado pela secretaria por minha parte”, defendeu-se.

Procap
Depois de ouvir o deputado, a Procap garantiu que está bem próxima de esclarecer o que ocorreu com o dinheiro que deveria ter sido investido na construção de kits sanitários no Interior. De acordo com os promotores Luiz Alcântara e Eloílson Landim, o banco Bradesco está dificultando as investigações, já que os presidentes das associações já autorizaram o fornecimento de seus dados e movimentações bancárias e ainda assim os bancos não repassam os documentos. Segundo Landim, o Bradesco alega que precisa da autorização dos sócios de cada entidade para liberar as informações solicitadas. Só depois de receber os documentos, a Procap poderá formalizar a denúncia.

A Procap informou ainda que está empenhada não apenas em esclarecer o desvio dos recursos, mas também investigar a forma como foram celebrados os convênios e o porquê da exclusividade dos depósitos terem sido realizados em instituições financeiras privadas. Já o promotor Eloílson Landim informou que toda a prestação de contas que chegou a ser feita pelas instituições contratadas para a construção de kits sanitários é fraudulenta. “Se chegassem hoje com todos os banheiros feitos, ainda assim (as prestações de contas) seriam fraudulentas”, disse.

SERVIÇO 

Ministério Público Estadual
Onde: Rua Assunção, nº 1100, José Bonifácio.

Cronologia

14/7. O POVO publicou matéria denunciando que 200 kits sanitários previstos para o município de Pindoretama, no valor de R$ 400 mil, não saíram do papel. Era o início de um escândalo envolvendo associações em cinco municípios da Região Metropolitana de Fortaleza.

16/7. Reportagem mostra que Renata Pinheiro Guerra, presidente da Associação Cultural de Pindoretama, fez doações acima do permitido para a campanha do deputado Téo Menezes (PSDB), nas eleições do ano passado. Ela foi exonerada do Tribunal de Contas do Estado (TCE), órgão presidido pelo pai do parlamentar, Teodorico Menezes.

22/7. Escândalo obriga Teodorico Menezes a se afastar oficialmente como conselheiro e presidente do TCE. Ele mantinha em seu gabinete presidentes de associações investigadas.

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